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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tilbury
Um dos meios de transporte muito usado em nossas cidades foi o tilbury. Dizem que foi inventado por um segeiro inglês de nome Gregor Tilbury, por volta de 1818.




Londres foi a Paris, de onde veio ao Rio, como se vê nesta notícia do Jornal do Comércio de 10 de outubro de 1846:

Em 12 do mês corrente, estarão à disposição do público alguns carrinhos chamados
“tilburies”, os quais as 7 horas da manhã até as 11 da noite e mesmo até mais tarde,
estacionarão próximo à Praça do Comércio ou cais Pharoux e acham-se também nas
nas saídas de todos os teatros quando neles haja espetáculos. Os ditos tilburies
transitarão no interior desta Capital até o Rócio Pequeno, Largo do Valdetano, cais da
Imperatriz e chafariz do Catumby, ao preço de 1$000 por cada uma hora, além de
gorjeta que nunca será menor que 100 réis, também por cada hora. E quando passem
também dos pontos indicados não regressando a pessoa transportada para a cidade,
será o preço dobrado. A primeira hora de serviço será cobrada por inteiro, embora não
concluída; passada esta, cada fração de hora será contada por meia hora, e passada
meia hora se reputará hora inteira. De noite haverá uma pequena alteração nos preços,
conforme o tempo, à deliberação do administrador.

O tilbury era um veículo de duas rodas, puxado por um animal e provido de dois lugares e capota. Só comportava um passageiro, ao lado do cocheiro, e pequena bagagem no piso. Foi muito usado durante quase um século, pois na década de 30 do século XX ainda se via um ou outro desses veículos em cidades.
Comenta o mesmo Jornal do Comércio, do dia 13 de outubro de 1846, sobre o novo veículo:

Os meios de condução aumentam rapidamente nesta nossa boa cidade do Rio de
Janeiro. Já tínhamos ônibus para todos os arrabaldes da corte, vieram depois as
gôndolas percorrer as linhas da Glória e da cidade nova e, ontem, surgiram os
tilburies, ou carrinhos de duas rodas, puxados por um animal, que estacionam na Rua
Direita, junto à igreja da Cruz, e que por 1$000 a hora, correm toda a cidade e
arrabaldes.
Os novos tilburies são muito asseados e cômodos. Os cocheiros que os governam,
sentados ao lado dos passageiros, vestem-se com muita decência. A empresa é
proveitosa para o público e por isso fazemos voto pela sua prosperidade.

Em 13 de julho de 1849, o governo concede a A. Rohe, privilegio para fabricar carruagens, e em 11 de junho de 1853 aparece a primeira lei, organizando o serviço de viação e conferindo à polícia o direito de marcar os pontos de estacionamento de veículos e exigindo a prova de habilitação para o cocheiro.
Em São Paulo, o tilbury só aparece em agosto de 1865, por iniciativa de um cidadão italiano chamado Donato Severino, que publica nos jornais um anúncio. O preço cobrado era o mesmo do Rio de Janeiro, ou seja, 1$000 a hora.


Carros Rippert

No relatório para 1902 do intendente senador Antônio José de Lemos, do município de Belém, PA, consta o seguinte:

Carros Rippert – A lei do poder legislativo municipal de 24 de setembro de 1898, sob
número 208, concedeu a Silvestre Joaquim Dias, ou à empresa que estabelecesse, per-
missão por 10 anos, para explorar por meio de linhas regulares, nesta cidade e su-
búrbios, os carros denominados “Rippert”. Firmou-se o respectivo contrato em 18 de
janeiro de 1899. O serviço começou poucos meses depois. Não soube, porém, a empresa
formada pelo concessionário organiza-la de modo prático, tanto pela inferioridade dos
veículos como pela irregularidade do horário. Foi absolutamente negativo o resultado
da tentativa de tão efêmera duração. Alguns meses depois, era interrompido o tráfego e
seus carros e animais vendidos a baixo preço.

Esses carros Rippert eram construídos pelo marselhês A. Rippert. Os veículos tinham uma caixa central e duas plataformas com tejadilho, resguardadas por pára-lamas em todo o comprimento do carro. Com dois assentos na parte central ou também nas laterais, os carros poderiam ser abertos ou fechados, possuindo também bancos corridos nas plataformas, podendo levar até 25 pessoas.
Luiz Edmundo nos dá uma triste idéia dos transportes coletivos no Rio de Janeiro no fim do século passado:

Cidade de distâncias enormes e de raríssimas carruagens. O muito rico possui um
coupê de passeio, lustroso como um cromo ou então uma vitória, uma caleça ou um
landau,com seus cocheiros bem uniformizados.
Os carros de praça são pobres, contados a dedo e custam umas verdadeiras fortunas
por hora ou por corrida. Há os tilburies, espécie de cabriolé de um só lugar, puxado
por um magríssimo cavalo de medíocre estampa, arrepiado e sujote. Traz sempre uma
capota imunda de poeira, completamente descida e incômoda, com assentos de couro
sovado a mostrar em seus inúmeros rasgões, as crinas ou palhas dos apodrecidos
recheios.

Tipos de carruagens

Para particulares e mesmo algumas para aluguel, tivemos vários tipos de carruagens, como descrito a seguir:

Banguê. Espécie de liteira rasa, com teto e cortinas de couro, carregada por dois animais, um adiante, outro atrás, dentro dos varais.

Berlinda. O nome vem da cidade de Berlim, onde foi fabricada a primeira carruagem desse gênero, no século XVII, sobre desenhos de Phillipe Chiese, arquiteto de Frederico Guilherme.Era uma carruagem suspensa, de dois fundos e quatro rodas, coberta com uma capota móvel guarnecida de espelhos, que se podia levantar e abaixar à vontade. Foi uma das primeiras carruagens a chegar no Brasil, pois veio com a comitiva de D. João VI em 1808.

Break. Carruagem de quatro rodas, com um assento muito alto na frente e outros assentos ao comprimento. Distinguem-se o break-phaeton e o break-ônibus, que diferem entre si pelas dimensões e pelo número de lugares que trazem, variando de 4 a 8.

Cab Inglês. Abreviatura de Cabriolet. Espécie de cabriolet de duas rodas, de invenção inglesa, no qual o cocheiro ocupa um assento elevado, colocado atrás. Em 30 de maio de 1850, Guilherme de Suckow obtém privilégio para a introdução dos cabs no Rio de Janeiro. Não foram bem recebidos pelo público carioca e pouco tempo estiveram em moda.

Cabriolé. Carro ligeiro de duas ou quatro rodas para ser puxado por um só cavalo, com capota móvel.

Caleça. Sege própria para viagens.

Celerífero ( do latim celer, mais rápido, e ferre, levar). Espécie de carruagem pública muito ligeira, mais rápida que as outras. Esse nome, primitivamente (1690), foi dado por Sivrac à primeira bicicleta, na qual o ciclista montava e seguia batendo alternadamente com um pé e outro no chão.

Cupê. Nome que vem do francês coupê (cortado) pois é um landau cortado ao meio.Carro fechado de quatro rodas e ordinariamente de dois lugares, de que existia um grande número de modelos. Pouco menor que a berlinda.

Dorsay (do conde d’Orsay). Espécie de carruagem de moda inglesa.

Estufa. Coche de dois assentos, envidraçado, de grandes dimensões, para viagens, podendo carregar até seis pessoas.

Estufim. Pequeno coche, de dois assentos e envidraçado.

Faeton (do grego phaeton). Faetone foi um filho de Apolo, ao qual este, para atender aos seus rogos, um dia lhe confiou o carro do sol. É uma carruagem descoberta de quatro rodas e de construção leve, com dois assentos paralelos para quatro pessoas.

Jardineira. Grande carro, destinado ao transporte de muitas pessoas, em seus bancos paralelos, dispostos em diferentes níveis.

Landau. (Landau é cidade da Baviera onde se fabrica toda espécie de carruagens). Carruagem suspensa de quatro rodas e capota dupla, que se pode baixar ou levantar.

Liteira. Cadeirinha portátil, coberta e fechada, sustentada por meio de dois varais compridos que assentam sobre dois animais, colocados um adiante do outro atrás. É de origem oriental. Era semelhante à serpentina ou cadeirinha.

Palanquim. Rede suspensa em um varal, por duas pontas, e na qual vai alguém sentado ou deitado e levado por dois carregadores.

Paquebote. Carruagem fechada com cortinas na frente, de um só assento e varais, assento sobre duas rodas e puxada por dois cavalos.

Sege. Antiga carruagem com apenas duas rodas e um só assento, fechada na frente com cortinas.

Traquitana. Espécie de carruagem que difere da Sege em ter lança e assentar sobre quatro rodas.

Vitória. Espécie de carruagem de quatro rodas, descoberta e de dois lugares.

No Brasil, foi a partir de meados do século XVII que apareceram e foram entrando em uso de rotina as liteiras, as redes e serpentinas. A maioria nos maiores centros, como Rio de Janeiro, Recife, Salvador; porém foi somente em fins do século XVIII, talvez devido ao melhor sistema de pavimentação das ruas, que surgiram os primeiros veículos de roda, como a sege, a tranquitana, e mais além, os coches.

Os cocheiros destes veículos, normalmente de propriedade e uso particular, usavam libré agaloados de cor verde, com botões de metal e uma cartola alta, com tope ao lado, dando-lhes um aspecto solene e aparatoso, lembrando as cortes européias.

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